sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Dia de duas noites

Neste momento, o que quero para mim, não é felicidade.
Quero paz, PAZ.
Quero dormir de toda a minha alma.

  Tenho um friozinho na garganta, mas quero uma peúga no coração.
Nunca me agasalhei tanto, nesta época do ano...será que o Inverno chegou mais cedo? Quero sentir calor, e não aquele arrepio, que todos os dia me tem assaltado as manhãs.
Vou enfrentar o mundo e as minhas inseguranças, sim...apenas muda a perspectiva.

  O dia de hoje começou, como todos os dia, pela parte da manhã. Até aqui, tudo igual...uma manhã com acordar difícil, sem razão alguma...tenho cumprido tão exageradamente o horário de sono, que até ando preocupada. Vesti-me com uma sweat cor-de-rosa para contrariar a tez cinza e sorri para o espelho.
  A alimentação, essa continua caótica, de estômago apertado e leve enjoo, só em pensar comer. Não passa. Por isso, o pequeno almoço consistiu num estranho ritual, de pegar a primeira coisa que esteja à mão...três figos secos e um copo de água. Nunca fui de comer cedo. No intervalo das dez, já a coisa muda de figura, e alimentei-me como manda a lei, de café, sumo de laranja, pão fresquinho com manteiga e mel...huuuuum! O almoço, foi terno...com o meu amor "pequeno". Uma pizza suculenta e um copo de sangria. Eu, que ando meia grogue e bêbeda na vida...senti aquele líquido forte e quente, percorrer cada veia que sinua o meu corpo.
  Voltas e voltas e mais voltinhas da vida...daquelas que têm que ser dadas, que ocupam e pontuam os nossos dias. Cheguei a casa e antecipei a noite, dormi, dormi...até dormi a ginástica e o jantar.
Se sonhei? Claro que não! Só se sonha quando alguém nos deseja bons sonhos...e àquela hora, ninguém se deve ter lembrado que eu estaria a dormir. Foi sono de dormir mesmo, sono funcional de quem quer e precisa descansar urgentemente. A porta abriu-se por três vezes. Senti as cocegas do cabelo, no meu rosto e um leve beijo na face, ouvi um riso leve de troça, pela careta que fizera...ouvi um "Mamã? Estás aqui?", admirado e ouvi um "Estás a dormir?", ao qual hesitei responder sim ou não...porque estava.
  Acordei há pouco a pensar no trabalho para amanhã...toquei nos livros que me deram tanto prazer e de que falarei amanhã, na experiência de leitora. Os meus livros, tenho-os dentro de mim, mas por vezes preciso dizer-lhes que gosto deles e que o seu toque é insubstituível ... amanhã, levarei dois a passear. Não levo Mia pela mão, que esse é por demais evidente. Levo um livro da minha adolescência, que sempre amei desde então, e levo Luís Sepúlveda, no livro "O Velho que Lia Romances de Amor". Depois de apontar algumas ideias no papel, irei dormir novamente.
  Amanhã, será feito de quê? De dia, de noite...de horas e de tempo, de mim, de outros, e de todas as coisas e será.

domingo, 7 de novembro de 2010

Felicidade realista

Eu estava dormindo e me acordaram E me encontrei, assim, num mundo estranho e louco... E quando eu começava a compreendê-lo Um pouco, Já eram horas de dormir de novo

A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magrérimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar É importante pensar-se ao extremo, buscar lá d entro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade .

Mario Quintana